O principal sintoma da doença herniária é a presença do abaulamento localizado, que corresponde ao aumento de volume na área afetada na parede do abdômen.
Por Dr. Éder Lago
Você, certamente, já deve ter ouvido falar em hérnia abdominal, pois não é uma doença tão rara assim, ao contrário, acomete uma parcela significativa dos brasileiros.
Segundo estimativas do Ministério da Saúde, 3 % a 8% da população apresenta algum tipo de hérnia na região do abdômen. Além disso, em 2010, segundo o Ministério da Previdência Social, a doença foi responsável por afastar 80 mil pessoas do trabalho.
Mas, afinal, o que é hérnia da parede abdominal?
Trata-se de uma alteração da parede abdominal que gera a saída de conteúdo intra-abdominal, através de um orifício - corresponde a um defeito.
Os pacientes que possuem esse tipo de hérnia apresentam imperfeições na região da parede abdominal e isso ocorre, normalmente, por duas razões:
· Alteração genética – devido a doença do colágeno. Os exercícios, a atividade física, o trabalho e até o hábito de carregar peso podem desencadear o surgimento de hérnia.
· Cirurgia prévia – quando a própria cirurgia ocasiona uma lesão localizada na parede abdominal, no local da abertura, causando uma herniação.
Há vários tipos de hérnia, sendo que a mais comum é a hérnia inguinal, também chamada de hérnia da virilha, que atinge, geralmente, pessoas na fase adulta e consiste numa protuberância na área abdominal ou na virilha. Já na infância é comum as crianças apresentarem hérnia umbilical, que consiste em um defeito de fechamento de estruturas do anel umbilical, causando deformidades na região do abdômen. Entre os idosos, a mais frequente é a hérnia femoral, protusão que aparece próximo à virilha, devido ao deslocamento de parte da gordura do abdômen e do intestino para a área. Há, ainda, a hérnia epigástrica, localizada acima da linha do umbigo, e a hérnia incisional, que aparece no local onde ocorreu uma incisão prévia.
Além disso, podem ser redutíveis, ou seja, quando o conteúdo reduz para dentro da barriga ou irredutíveis ou encarceradas, quando não ocorre essa redução da hérnia para o interior do abdômen.
Geralmente, as hérnias encarceradas não oferecem risco iminente à saúde e devem ser operadas de forma eletiva. Já as hérnias estranguladas, onde houve isquemia do conteúdo com comprometimento da vitalidade do tecido herniado, o tratamento cirúrgico é de urgência sob risco de vida do paciente.
Principais sintomas da doença:
O principal sintoma da doença herniária é a presença do abaulamento localizado, que corresponde ao aumento de volume na área afetada na parede do abdômen. Esse é o sinal mais comum da doença e pode ser identificado através de exames clínicos.
Fatores de risco
Pode haver risco quando o paciente tiver dor importante e o conteúdo fica para fora o tempo todo e não reduz, a exemplo da hérnia encarcerada, que pode evoluir para uma hérnia estrangulada com necrose e infecção, entre outras complicações.
Tratamento
O mais indicado para os casos de hérnia abdominal é o tratamento cirúrgico, pois não há outra alternativa eficaz para solucionar a doença. Neste caso, a cirurgia serve para corrigir o defeito identificado na parede do abdômen.
A cirurgia está indicada em todos os casos, inclusive, em pacientes com cardiopatias graves, pneumopatias severas, entre outras situações, desde que compensados clinicamente.
Importante lembrar que a presença de uma hérnia inguinal, femoral ou umbilical é algo que incomoda o paciente e limita a sua atividade física e laboral. E, embora não ofereça riscos iminentes à saúde num primeiro momento, pode impactar na autoestima e na limitação do trabalho e, se o problema agravar com um estrangulamento herniário, pode levar ao óbito. Então, procure o cirurgião para o tratado adequado.