Existem pelo menos 4 tipos de hepatites no Brasil e o tratamento varia de acordo com eles. O importante é apostar na vacinação contra os tipos A e B e nas medidas de higiene. Por Dr. Éder Lago
Se você me acompanha aqui, já sabe que o gastroenterologista é o especialista que atua no diagnóstico e tratamento de doenças do sistema digestório, incluindo o fígado, e uma destas doenças é a hepatite, inflamação do fígado, que pode ser causada por vírus, medicamentos, álcool, toxinas e doenças autoimunes.
Os principais sintomas da hepatite incluem fadiga, perda de apetite, náuseas, vômitos, febre, dor abdominal e icterícia (amarelamento da pele e dos olhos), mas grande parte das pessoas com a doença somente apresenta os sinais quando ela está em estágio avançado.
De acordo com dados do Ministério da Saúde (leia aqui), de 2000 a 2021, foram notificados 718.651 casos confirmados de hepatites virais no Brasil. Destes, 168.175 (23,4%) são referentes aos casos de hepatite A, 264.640 (36,8%) aos de hepatite B, 279.872 (38,9%) aos de hepatite C e 4.259 (0,6%) aos casos de hepatite D.
A diferença entre os tipos de hepatite, de acordo com os dados da FIOCRUZ.
A hepatite A, ou hepatite infecciosa, é uma doença contagiosa, causada pelo vírus A (VHA). Sua transmissão ocorre por contato fecal-oral, ou seja, contato entre indivíduos ou por meio de água ou alimentos contaminados pelo vírus.
A hepatite do tipo B é uma doença infecciosa também chamada de soro-homóloga, causada pelo vírus B (HBV). É considerada uma doença sexualmente transmissível, pois o VHB está presente no sangue, no esperma e no leite materno.
A hepatite C é causada pelo vírus C (HCV), que está presente no sangue. A transmissão se dá pelo compartilhamento de material para uso de drogas (seringas, agulhas etc.), higiene pessoal (lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, alicates de unha ou objetos que furam ou cortam), para fazer tatuagem e colocação de piercings ou pelo sexo sem preservativos.
Já a hepatite D, também chamada de Delta, é causada pelo vírus D (VHD), que depende da presença do vírus do tipo B para infectar uma pessoa. Portanto, as vias de transmissão são as mesmas do Tipo B e C.
O tratamento da hepatite depende da causa da doença. No caso das hepatites virais, existem medicamentos específicos que podem ser utilizados. Além disso, é importante fazer uma alimentação saudável e evitar o consumo de álcool. O acompanhamento médico é essencial para monitorar a evolução da doença, realizar exames e orientar sobre as medidas de prevenção.
Uma importante medida de prevenção da hepatite são as vacinas. Atualmente, existem vacinas contra as hepatites A e B e elas abrangem todas as idades: gestantes, prematuros, crianças, adolescentes, adultos e idosos, sendo que para cada grupo destes indivíduos os esquemas vacinais variam.
O uso de preservativos durante as relações sexuais, o não compartilhamento de objetos pessoais, como seringas e lâminas de barbear, e a adoção de hábitos saudáveis, como evitar o consumo excessivo de álcool e fazer uma alimentação equilibrada são medidas extremamente importantes para prevenir o contágio e a propagação da doença.
O controle da hepatite envolve medidas de rastreamento, diagnóstico precoce e tratamento, além do monitoramento epidemiológico para identificar e controlar os surtos da doença.
O gastroenterologista é o profissional indicado para avaliar o paciente, indicar o tratamento adequado e acompanhar a evolução da doença.