A operação gástrica em bypass contribui, e muito, para os controles de glicemia nos pacientes com diabetes e obesidade em diferentes níveis, e tem sido uma ferramenta poderosa para combater a síndrome metabólica. Por Dr. Éder Lago

Já é bem divulgado que o diabetes é uma doença que cresce cada vez mais. Só no Brasil, de acordo com dados Vigitel divulgados no site da Sociedade Brasileira de Diabetes, existem cerca de 17 milhões de pessoas com diabetes.

O diabetes tipo 2 está diretamente associado à obesidade. Quando o tratamento medicamentoso aliado à dieta e atividade física não surte efeito na perda de peso e os riscos para saúde são eminentes, a cirurgia metabólica pode ser indicada. Trata-se da cirurgia bariátrica bypass, uma excelente ferramenta para controlar os níveis glicêmicos, chegando na normalidade do nível de glicose no sangue. Não podemos dizer, necessariamente, que a cirurgia ‘cura’ o diabetes, mas nestes casos, a cirurgia leva a uma remissão expressiva da doença, o que confere mais qualidade e longevidade de vida ao paciente.

Riscos do diabetes

É preciso lembrar que o diabetes mal controlado está associado a uma série de riscos sérios para saúde: AVC, infarto, demência, lesão de córnea (podendo levar à cegueira), tromboembolismo pulmonar, insuficiência renal crônica, neuropatias (possíveis amputações de membros inferiores), enfim, o diabetes é uma doença silenciosa, progressiva e com perdas funcionais muito significativas, portanto, o controle dos níveis glicêmicos é fundamental.

O endocrinologista é o profissional que cuida das pessoas com diabetes. Ele quem vai avaliar se a doença está mal controlada e quais complicações está causando para o paciente a ponto de que ele seja elegível para a cirurgia, e aí entra o papel do cirurgião gástrico. (Eu já comentei aqui no Blog sobre a cirugia bariátrica, releia clicando aqui).

Como a obesidade é uma doença multifatorial e recidivante, a perda de peso, em muitos casos, não é atingida mesmo com o uso de terapias medicamentosas, e as pessoas com diabetes mal controlado acabam necessitando da cirurgia como forma de tratamento contra riscos eminentes associados.

O pré e pós-operatório

No caso desses pacientes, o pré-operatório da cirurgia de redução de estômago em bypass exige uma avaliação mais específica em torno do diabetes, mas o período pós-operatório em nada difere daqueles pacientes que operam por indicação exclusiva de perda de peso; apenas haverá um acompanhamento mais próximo da hemoglobina glicada e controle glicêmico. A dieta pós cirurgia e necessidade de acompanhamento multiprofissional - endócrino, nutricionista, psicólogo - também seguem igual.

É importante lembrar: os riscos de complicação pós-cirúrgica no paciente com diabetes são maiores, principalmente, no caso de diabetes de difícil controle, pois a cicatrização nestes pacientes sofre os efeitos do açúcar alto no sangue.

 

Recado final

Quero salientar para você que lê este blog que o diabetes é uma doença muito séria e o tratamento cirúrgico pode trazer melhora significativa na função metabólica e no controle da glicemia evitando complicações futuras. Caso precise de um cirurgião bariático, consulte alguém que seja especialista no assunto e, preferencialmente, membro das sociedades médicas correlatas, assim você certamente estará em boas mãos.