O álcool e o fumo colaboram para desencadear esse tipo de câncer, assim como o consumo excessivo de sal, água com alto teor de nitrato e alimentos processados. Por Dr. Edér Lago

Revelar o diagnóstico de câncer para um paciente não é uma tarefa nada fácil. No caso do câncer de estômago a situação ainda é mais delicada, pois os riscos de complicações são altos. Doença que, geralmente, está associada a fatores como o tabagismo, álcool, obesidade, consumo excessivo de alimentos com sal, entre outros, o câncer gástrico costuma apresentar sintomas mais evidentes após o surgimento de metástases (quando as células se deslocam do tumor primário atingindo outros órgãos).

Além disso, lesões pré-cancerosas como a gastrite atrófica, metaplasia intestinal e infecções causadas pela bactéria H Pylori (bactéria que habita a mucosa do estômago) também podem provocar a patologia.

Segundo dados divulgados pelo INCA (Instituto Nacional do Câncer), somente no Brasil, estimam-se, para cada ano do triênio 2020-2022, 13.360 novos casos de câncer de estômago entre homens e 7.870 em mulheres. 

Principais sintomas

Emagrecimento, perda de peso e de apetite, fraqueza, dor na parte superior do abdômen, queimação e vômito estão entre os principais sintomas apresentados pela doença. Em algumas situações, o paciente apresenta reações difíceis de serem diagnosticadas, tais como mal-estar, cansaço e até anemia – sem razão aparente.            

Normalmente, os sintomas do tumor gástrico costumam aparecer quando a doença está em estágio mais avançado (metástase). Neste caso, as chances de cura são baixas.

O câncer de estômago costuma ser extremamente agressivo, com tumores rapidamente metastáticos, mesmo em casos de lesões menores. 

Causas da doença:

Pré-disposição genética, fatores externos e maus hábitos alimentares podem favorecer o surgimento do câncer de estômago.

O álcool e o fumo colaboram para desencadear esse tipo de câncer, assim como o consumo excessivo de sal, alimentos processados e água ou alimentos com alto teor de nitrato.   

Após o diagnóstico, como iniciar o tratamento?

Neste momento é importante que seja estabelecida uma relação de confiança entre o médico e o paciente. O início do tratamento pode ser endoscópico - com ressecção da área doente - ou cirúrgico, seguido ou não de quimioterapia e radioterapia (pode variar de acordo com o tipo de tumor) e dependendo da extensão da doença. A indicação de tratamento irá depender do grau de invasão, da presença de metástase, do tamanho da lesão e do comprometimento de outros órgãos. 

Estágio mais grave da doença

A condição mais grave do câncer de estômago é quando o paciente já tem metástase.  O tratamento cirúrgico não é curativo e representa apenas uma etapa no processo de recuperação. Nesta situação, deve ser acompanhado de quimioterapia. Muitas vezes, a metástase não responde ao tratamento e o paciente acaba desenvolvendo doença residual no fígado, pâncreas e alguns linfonodos.

O câncer gástrico, principalmente o adenocarcinoma gástrico, costuma ser muto invasivo e rapidamente metastático. Atinge, primeiramente, os gânglios, depois o fígado, pulmão e ossos. 

Recomendações

É importante ressaltar que para evitar o câncer gástrico devemos ter uma alimentação saudável, com base em legumes e verduras, evitando frituras.  

Combater o sedentarismo e a obesidade (que também são fatores de risco para câncer gástrico), realizar exames de rotina com a endoscopia, exames de sangue para verificar a anemia, e, principalmente, observar se há histórico familiar de doenças cancerígenas (neste caso, o médico pode indicar um estudo genético para avaliação) também podem auxiliar na prevenção da doença.